Estudantes vão a Brasília de 18 a 22 de Junho para uma mobilização nacional |
O que já estava ruim, ficou pior. No último dia dia 29 de maio de 2018 o Ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva comunicou os cortes no auxílio financeiro à indígenas e quilombolas que estudam em universidades federais em uma audiência pública em Brasília.
“Muitos de nós saimos da nossas aldeias e precisamos da bolsa para sobreviver nas universidades em uma realidade muito diferente da nossa”, afirma a estudante de Agroecologia e do Coletivo Indígena da Universidade Federal do Reconcâvo da Bahia (UFRB), Thyara Pataxó.
De acordo com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi/MEC) o primeiro semestre de 2018 recebeu matrículas de 2.500 novos estudantes indígenas e quilombolas para acessarem o Programa Bolsa Permanência.
Durante a reunião o ministro fez uma proposta de 800 bolsas para todo o Brasil, um corte de aproximadamente 4 mil vagas anuais. “Uma proposta injusta e infeliz que não vai beneficiar nem 20% dos estudantes que precisam. Estamos fazendo mobilizações nas nossas aldeias, universidades e vamos fazer uma nacional em Brasília de 18 a 22 de Junho. Não aceitamos essa condição e queremos uma nova reunião com o Ministro”, destacou Thyara.
Ela conta ainda que na UFRB eles são em 20 indígenas e que um inclusive desistiu do curso em decorrencia da falta de bolsa. “Tem gente que está há anos tentando e não consegue”.
A comissão de estudantes que esteve em Brasília divulgou uma nota oficial em que afirma que a proposta do governo fere os direitos dos povos “nos põe em uma situação de conflito com os próprios parentes indígenas e quilombolas, dado que o momento é de união e somar forças”.
E agradecem o apoio de universidades e instituições que estão mobilizadas como a UnB, UFPA, UFBA, UfsCar, UFMT, entre outras. Confira a nota aqui na íntegra.
CORTES NAS BOLSAS NÃO PARAM
Criado em 2013, o Bolsa Permanência é uma ação do Governo Federal que oferece auxílio financeiros a estudantes indígenas, quilombolas matriculados em instituições federais de ensino superior. Desde sua criação, o programa atendeu 7.370 indígenas, 2.666 quilombolas e 9.563 estudantes de baixa renda, que deixaram de receber o auxílio em 2016.
Dois dias depois da audiência pública com os estudantes indígenas e quilombolas o governo federal anunciou um novo corte para subsidiar a queda do preço do combustível no país. Serão 55,1 milhões de reais a menos em outro programa de concessão de bolsas: o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies)
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