Brasil – que País é esse? O título da música de Renato Russo, escrita em 1978 e lançada em 1987, motivou a comissão organizadora do 8º Grito de Alerta Missões Fronteira Noroeste a escolhê-la como tema. O evento será realizado amanhã (17), em Santo Ângelo, onde cerca de 5 mil pessoas devem participar das manifestações ao longo do dia. A programação iniciou na última terça (15) com o Acampamento da Cidadania, que segue hoje no trevo de entroncamento da BR-285 com a ERS-344, no acesso a Entre Ijuís. Decorridos todos esses anos, ainda não há resposta para o questionamento Brasil – que País é esse?
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, disse que O Grito de Alerta é considerado o pontapé inicial das ações do Grito da Terra Brasil no Rio Grande do Sul. Ele estava pronto para viajar para Santo Ângelo, onde já estão os demais diretores da Federação, mas participará de audiência amanhã(17), às 12h, com o ministro Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, para tratar da Lei 13.606, que dá direito aos produtores obterem desconto entre 40% a 80% para liquidar as parcelas de operações e crédito rural, bem como a pauta do Grito de Alerta. O governo diz não ter dinheiro. “Tem dinheiro sim”, insiste Joel. “Houve recursos para os grandes, que ficaram anos e anos devendo o Funrural. Então, é isso que vamos cobrar muito forte em Brasília, com o respaldo de mais de cinco mil pessoas lá em Santo Ângelo”, enfatizou. A Contag estará na reunião.
A chuva registrada ontem em Entre Ijuís não foi suficiente para tirar o ânimo dos agricultores no Acampamento Solidário. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santo Antônio das Missões e Garruchos, Agnaldo Barcelos, também coordenador da Macro Regional Sindical Fronteira, Missões e Noroeste da Regional Missões II, explica que as lideranças estão fazendo um amplo debate da situação que o País enfrenta, sem esquecer, é claro, as pautas do dia a dia da agricultura familiar. Entre os assuntos estão os impostos e a contrapartida dos serviços de baixa qualidade; o pagamento sob o consumo e não renda; a corrupção e seus impactos para o Brasil; o foro privilegiado, em que menos de 1% das denúncias contra autoridades chegam a ser concluídas; o auxílio-moradia de autoridades e o custo à Nação em comparação ao salário-mínimo, que teve um reajuste de apenas 1,81%; a PEC dos gastos públicos e muito mais”, completou Agnaldo.
Programação do quinta-feira (17)
Marchar, Lutar, Resistir pela Agricultura Familiar e o Brasil
6h30min – Início da marcha (Entre Ijuís)
8h30min – Trevo do Carreteiro (ato e incorporação de público à marcha)
9h – Sequência da caminhada pela cidade de Santo Ângelo
10h – Chegada à Praça da Matriz
Luiz Boaz - Fetag-RS
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