FOTO: Hoje tem mais! Mas deixa
a gente te contar como foi o 2º Dia do Festival Juventude Rural Conectada! |
O 2º dia do Festival trouxe para o debate virtual diálogos sobre “A importância da representação política da juventude LGBTQIA+” e “Os desafios do racismo e a juventude rural negra”.
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mais, às 17h30 deste sábado (08), terá início o 3º e último dia do 1º Festival
Juventude Rural Conectada, com duas importantes mesas de diálogos “Os desafios
da prática da comercialização na pandemia” e “Um mundo novo com agroecologia”.
Hoje também será lida e entregue a Carta da Juventude Rural para Diretoria da
CONTAG. Esse documento irá expressar os anseios da juventude para o movimento
sindical e para toda a sociedade na busca da construção de um mundo novo. Como
nos dois primeiros dias do Festival, também serão compartilhadas experiências
produtivas e culturais da juventude, e terá Noite Cultural com os sons e cores
dos(as) jovens de todo o Brasil.
Mas, antes de darmos início ao 3º dia do Festival, compartilhamos
alguns momentos que marcaram o 2º dia do Festival, que trouxe para o debate
virtual com a juventude rural diálogos sobre “A importância da representação
política da juventude LGBTQIA+” e “Os desafios do racismo e a juventude rural
negra”.
A importância da representação política da juventude LGBTQIA+
A
1ª Mesa de diálogo “A importância da representação política da juventude
LGBTQIA+” contou com as contribuições da secretária de Jovens da FETAEG, Dalila
dos Santos, do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), e da vice-presidente do
Comitê Internacional LGBTI da União Internacional de Trabalhadores em
Alimentação, Agricultura e Afins (UITA), Gisele Adão.
A secretária de jovens da CONTAG, Mônica Bufon, deu o pontapé
inicial do debate, perguntando para os(as) participantes da mesa: qual a
importância da representação política das pessoas LBTQIA+? A partir do
questionamento, vieram muitas respostas e contribuições a respeito do tema.
“Você
não deve ser julgado pela sua orientação sexual, origem ou cor. Devemos abolir
todas as formas de discriminação e respeitar as diferenças, pois isso é um dos
princípios principais da República Federativa do Brasil, estabelecido no artigo
5º da Constituição Federal. E para alcançarmos esse ideal, precisamos da
participação do Movimento Social e Sindical, e da juventude. (...) O que nós
precisamos é de amor, de respeito, de leis e de políticas públicas em defesa da
bandeira da igualdade”, disse o senador Fabiano Contarato.
A vice-presidente do Comitê Internacional LGBTI da União Internacional
de Trabalhadores em Alimentação, Agricultura e Afins (UITA), Gisele Adão,
compartilhou sua experiência na defesa da bandeira da igualdade.
“Temos
aprofundado e incluído o tema LGBTI nas pautas do Sindicalismo e da UITA. Não
como tema isolado, mas botando na pauta dos direitos humanos. E assim a gente
tem conseguido ampliar a conscientização das pessoas sobre a temática LGBTI.
Afinal, não importando se você é LGBT, mulher ou negro. Somos seres humanos e
queremos viver e ter um trabalho com dignidade. Somos diferentes, mas com
direitos iguais”, compartilhou Gisele.
Dalila,
secretária de Jovens da FETAEG, relatou. “Esse assunto é muito complexo, pois
nossa sociedade camponesa é mais conservadora. Só que a gente tem conseguido
inserir o tema dentro dos nossos espaços, na Escola Nacional de Formação da
CONTAG (ENFOC) e no meio rural. E isso tem feito o Movimento Sindical dos
Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) enxergar também de outras formas.
(...) Temos buscado tornar os(as) camponeses(as) livres desses preconceitos,
pois não é concebível que a juventude LGBTQIA+ tenha que sair para a cidade
porque não é acolhida no meio rural. Se a gente acolhe, a juventude LGBTQIA+
permanece no campo, investindo e produzindo na roça, e assim acontece a sucessão
rural”.
Após
o debate, a juventude fez várias perguntas e colaborou com a temática. Ao
final, o senador Fabiano Contarato, fez um apelo a todos e todas. “Se eu puder
tocar no coração de um(a) internauta, peço que difunda o respeito e ame
incondicionalmente as pessoas. Temos que ser agentes de transformação por uma
sociedade mais justa e igualitária, independe da nossa orientação sexual”.
Os desafios do racismo e a juventude rural negra
A
2ª mesa “Os desafios do racismo e a juventude rural negra” contou com as
participações da jovem Josicleia Vieira de Souza, do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Ouro Verde de Minas, do secretário de Jovens da
FETAGRI-PA, Moisés Santos, e da coordenadora da área de Juventudes, Gênero e
Raça da OXFAM Brasil, Tauá Pires. A mediação do debate foi feita pela
secretária de Políticas Sociais da CONTAG, Edjane Rodrigues.
“Ser
mulher jovem e negra não é nada fácil, pois temos um histórico de negação da
identidade que a gente aprende desde criança. Eu passei a me reconhecer como
mulher negra dentro do Movimento Sindical e da Universidade, onde pude
conhecer a história do meu povo no mundo e no Brasil. (...) É primordial
debater esse tema dentro das organizações e instituições, e que ensinemos as
crianças negras a se valorizarem e ocuparem seus espaços”, compartilhou
Josicleia. Moisés
destacou dados que mostram como o preconceito racial ainda é um desafio a ser
superado no Brasil. “Das pessoas mortas por assassinato, 71% são negras, das
pessoas mortas em ações policiais, 76% são negras. Porém, dos deputados e
deputadas eleitos(as) em 2018, apenas 24% são pessoas negras. São
estatísticas que trazem um olhar nítido que o preconceito permanece no país.
Por isso, precisamos de capacitação e conhecimento. Hoje, temos o Jovem
Saber, uma das ferramentas de formação da juventude do campo, e que trabalha
a questão racial e luta contra racismo. Peço à juventude rural que acesse o
Portal da CONTAG, veja as matérias e materiais de interesse da nossa
categoria, e faça o Jovem Saber”. O
acesso às políticas públicas pela população negra foi a reflexão trazida pela
coordenadora da área de Juventudes, Gênero e Raça da OXFAM Brasil, Tauá
Pires. “Num país em que mais de 70% da sua população rural é negra,
precisamos que as políticas públicas atendam a maioria da sua população.
(...) Ao longo da história, tivemos importantes conquistas, como a política
de cotas e o estatuto da igualdade racial. Mas é preciso que a gente
aprofunde mais essa discussão das especificidades e siga afirmando pautas
afirmativas da população negra”, convidou a representante da OXFAM Brasil. Além
das mesas temáticas, das experiências produtivas e culturais, e da noite
cultural, ao longo de toda a programação do 1º Festival, a juventude está
interagindo, fazendo perguntas e contribuindo ativamente com os temas
abordados. Como fez a jovem Milena de Oliveira, que compartilhou conosco o
poema “Espero pelo Dia...”. Espero
pelo Dia... “Espero
pelo dia em que poderei ser quem sou de verdade. Espero
pelo dia em que poderei me expressar. Espero
pelo dia em que poderei me dar ao luxo de me entregar sem medo. Espero
pelo dia em que poderei usufruir de verdade dessa "tal liberdade". Espero
pelo dia em poderei ser respeitada. Quando não mais irão me julgar pela cor
da minha pele ou pela minha orientação sexual. Espero
pelo dia em que poderei falar de amor sem ser apedrejado por palavras de
ódio. Espero
pelo dia em que poderei andar pelas ruas sem ser considerada "uma
bandida". Espero
dia pelo dia que a igualdade irá reinar entre homens e mulheres, entre
brancos e negros, entre héteros e homossexuais. Espero
pelo dia em que poderei ser simplesmente mais um ser humano. Espero
pelo o futuro onde o mais importante será a minha essência. Espero
pelo futuro que ainda não consigo ver depois do horizonte. (Milena
de Oliveira) ASSISTA
A TRANSMISSÃO DO 2º DIA AQUI Até
logo mais, às 17h30, no Portal e Redes Sociais da CONTAG! |
FONTE: Comunicação
CONTAG- Barack Fernandes |
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