“Não vou sair do campo pra poder ir pra escola. Educação do campo é direito e não esmola”
Segundo o Ministério da Educação, Educação do campo se define como uma “concepção político-pedagógica, voltada para dinamizar a ligação dos seres humanos com a produção das condições de existência social, na relação com a terra e o meio ambiente, incorporando os povos e o espaço da floresta, da pecuária, da agricultura, os pesqueiros, caiçaras, ribeirinhos, quilombolas, indígenas e extrativistas”. Mas, apesar da sua importância, de acordo com a última pesquisa sobre o número de escolas fechadas no meio rural brasileiro, de 2002 até o primeiro semestre de 2017, cerca de 30 mil escolas rurais no país deixaram de funcionar. O levantamento foi feito pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Diante desses números que apontam o desmonte de mais uma política voltada para o meio rural, agricultores e agricultoras familiares alagoanos que participam do Programa Jovem Saber, estão fazendo um levantamento sobre o número de crianças das comunidades do município de Arapiraca-AL, que estão fora da sala de aula. No trabalho de campo, entre as reclamações trazidas pela comunidade, estão: a omissão do poder público local e, relatos de crianças de seis anos que são obrigadas a se deslocarem à escolas no centro da cidade, em ônibus que não oferecem cuidadores(as). O relatório dará embasamento para que a adminsitração pública municipal mantenha as escolas e em condições dignas de funcionamento.
“Estamos atravessando no Brasil um processo de precarização das políticas de educação, sobretudo, no meio rural. Além da educação ser um dos direitos fundamentais da população, no campo ela cumpre um importante papel social, pois considera a diversidade, as características e os saberes presentes nas comunidades rurais”, destaca a secretária de Políticas Sociais da CONTAG, Edjane Rodrigues.
Vale ressaltar que mesmo quando a escola do campo funciona, as políticas educacionais que valorizem o meio rural ainda não se efetivam. Das dificuldades enfrentadas, estão: a falta de transporte e alimentação, o enorme tempo de viagem, o não acesso aos recursos tecnológicos, entre outras barreiras que fazem com que esses alunos(as) prefiram deixar de estudar.
“Se não temos escolas, outro problema que se agrava no campo é a saída da juventude do meio rural, ou seja, sem unidades escolares, a juventude buscará oportunidades de trabalho para ajudarem suas famílias nos grandes centro urbanos. Dois problemas nascem a partir desse processo: a falta de mão de obra jovem na produção de alimentos saudáveis e diversos no campo; e o aumento da população urbana e os seus consequentes problemas sociais”, afirma Edjane.
Integrantes do Programa Jovem Saber em visita às comunidades rurais de Arapiraca/AL
Diante desse cenário, a CONTAG segue firme na luta contra o fechamento das escolas, participando de vários debates, a exemplo do Encontro Nacional de 20 anos de Educação do Campo; Fórum Popular de Educação; Audiências Públicas no Congresso Nacional para denunciar o fechamento de escolas e reivindicar orçamento para garantir a continuidade dos Cursos de Licenciatura em Educação do Campo e para o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), entre outras ações com incidência de todas as instâncias do Sistema CONTAG (Sindicatos, Federações e CONTAG).
Audiência Pública no Congresso Nacional: 20 anos de Educação do Campo/ Foto: Rafael Nascimento
A Secretaria de Políticas Sociais da CONTAG também está construindo uma Cartilha, destacando pontos que fortalecem a relação entre a Educação do Campo e a Agricultura Familiar.
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FONTE: Comunicação CONTAG- Barack Fernandes | |||
O SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS, AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES DE NOVA CRUZ/RN, FUNDADO EM 01/05/1961,TEM COMO OBJETIVO A LUTA NA DEFESA DOS DIREITOS DOS MESMOS POR MAIS TERRA E INCENTIVO A AGRICULTURA FAMILIAR!
domingo, 3 de fevereiro de 2019
Não fechem nossas escolas!
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