Da Página do MST
Após a exibição do filme, às 18h no Auditório da UFF Campos, houve um debate ‘Só a Luta Muda a Vida’, com a professora Ana Costa, da JURA e Luana Carvalho, do MST.
O jovem Eduardo Coutinho rodava filme sobre a vida de João Pedro Teixeira - líder camponês assassinado dois anos antes – quando tropas do exército cercaram o engenho da Galileia, na Paraíba, em 1964. Parte da equipe de filmagem foi presa. O restante fugiu pela mata, enquanto rolos do material “subversivo” foram apreendidos. O país que sonhava com as Reformas de Base era lançado no longo e tenebroso inverno da ditadura militar.
17 anos depois e já consagrado como cineasta, Coutinho aproveitaria a abertura do regime para retomar o projeto, recolhendo depoimentos dos camponeses que trabalharam nas filmagens originais. Entre eles, a viúva de João Pedro, Elizabeth Altino Teixeira, que desde dezembro de 1964 vivia na clandestinidade, separada dos filhos.
O resultado dessa epopeia cinematográfica seria lançado em 1984: ‘Cabra Marcado Para Morrer’, um filme indispensável para compreender as raízes da desigualdade, do autoritarismo e da violência que ainda marcam a sociedade brasileira, sendo escolhido, em 2017, pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema como o melhor documentário da história do cinema nacional.
Não é por acaso, portanto, que - assombrados pelo retorno de fantasmas autoritários do passado - o Cineclube Marighella e a UFF - Campos dos Goytacazes se unam para promover sessão especial de ‘Cabra Marcado Para Morrer’ como parte da 5ª Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária.
Logo após a exibição do filme, às 18h no Auditório da UFF Campos, acontece o debate ‘Só a Luta Muda a Vida’, com participação da professora Ana Costa, da coordenação da JURA e da Direção Nacional do MST, Luana Carvalho, e de um representante dos assentados da reforma agrária-MST.
Fonte: MST
Adaptado pelo STRF/STTR - NOVA CRUZ/RN, 22/04/2018
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