O ministro colombiano insultou os brasileiros e queria impor um retrocesso inaceitável na Educação
UMBERTO MARTINS
Como era de se esperar, o colombiano Ricardo Vélez, ministro da Educação, foi demitido na manhã desta segunda-feira (8) por Jair Bolsonaro. Será substituído no posto pelo economista Abraham Weintraub, que era secretário-executivo da Casa Civil, o número 2 da pasta. Os brasileiros em geral e os profissionais da área, em particular, receberam a notícia com um suspiro de alívio, em que pesem as sérias ressalvas sobre o novo chefe da pasta, que não é considerado do ramo, além de ser outro discípulo de Olavo de Carvalho.
Em três tormentosos meses é a segunda baixa no primeiro escalão do governo do capitão. Há cerca de um mês, o advogado Gustavo Bebianno deixou a Secretaria-Geral após se envolver em uma crise com o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Bolsonaro.
Ideia lunática
A promoção de Ricardo Vélez a ministro foi fruto de uma ideia lunática do astrólogo metido a filósofo Olavo de Carvalho, guru do Clã Bolsonaro. A breve e polêmica passagem do colombiano pela Esplanada dos Ministérios seria cômica se não fosse trágica. Responsável por declarações desastrosas, temperadas por preconceitos de extrema direita, ele transformou o MinC num verdadeiro caos, promovendo 14 trocas de funções estratégicas .
Confira a lista de asneiras que acumulou em seus poucos dias de ministro:
Disse que quer mudar os livros didáticos para revisar a maneira como tratam a ditadura militar e o golpe de 1964.
Anunciou a demissão do secretário-executivo da pasta diante da "guerra" no ministério. Depois trocou os substitutos e também demitiu o presidente do Inep;
Pediu a escolas que filmassem alunos cantando Hino Nacional e enviassem o vídeo ao MEC. Também pegou mal e então ele voltou atrás, dando o dito por não dito;
Defendeu a militarização das escolas;
Disse em entrevista que o brasileiro parece um "canibal" quando viaja ao exterior, pois roubava tudo que via pela frente. Diante da forte repercussão negativa, admitiu ter sido "infeliz" na declaração;
Afirmou que a universidade não deve ser para todos, mas apenas para as elites;
Além de tudo isso, desde o início da sua gestão, em janeiro, houve pelo menos 14 trocas em cargos importantes no Ministério da Educação.No total, foram nada menos do que 91 demissões em 87 dias — mais do que uma por dia — desde que o colombiano assumiu a pasta e um prejuízo de pelo menos R$ 171 mil, só com ajuda de custos, além do comprometimento do funcionamento do ministério, conforme informações do jornal Folha de S.Paulo.
Ele não deixará saudades. “Já vai tarde”, exclamou uma professora universitária.
Portal CTB
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