O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou
dados recentemente sobre o aumento do desemprego e da informalidade nas
relações de trabalho no Brasil. Apesar de alguns jornais informarem como uma
coisa boa, que as pessoas estão trabalhando “por conta própria”, na verdade,
esta informação só confirma a precarização do emprego.
Entre 2016 e 2017, o emprego com carteira de trabalho assinada
diminuiu 2,8%, enquanto o emprego sem carteira assinada e o trabalho por
conta própria aumentaram 5,5% e 0,7%, respectivamente.
Mas, para quem pensa que trabalhar “por conta própria” pode ser
indicativo de qualidade no emprego e no salário, o próprio coordenador de
Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, descarta essa possibilidade. “A
qualidade do emprego não melhorou, uma vez que a maioria dos empregos não
possui carteira assinada”. Além de não ter registro junto ao Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), esses trabalhadores informais também ficam
desprotegidos. “Para receber um benefício como auxílio doença, salário
maternidade, entre outros, é preciso contribuir para a Previdência Social. E
sabemos que boa parte de quem se encontra na informalidade não consegue fazer
esta contribuição. Precisamos de empregos de qualidade, com salário digno e
relações formais para assegurar o direito de todos e todas ao sistema
previdenciário brasileiro”, destaca o presidente da CONTAG, Aristides Santos.
A subseção do Dieese na CONTAG elaborou um estudo sobre “Mercado de
Trabalho, Salário Mínimo e Previdência” que aponta para a preocupação da
situação do emprego e para o impacto no sistema previdenciário com a
significativa diminuição da arrecadação, por exemplo.
A partir dos dados da Pnad Contínua (IBGE), a população brasileira
(com 14 anos ou mais de idade) em 2017 somava 168,4 milhões de pessoas. Desse
total, 103,9 milhões constituía a chamada Força de Trabalho.
Da população que fazia parte da Força de Trabalho, 90,6
milhões estavam Ocupadas (87,3% do total) e 13,2 milhões
estavam Desocupadas (12,7% do total). As 90,6 milhões de
pessoas que estavam Ocupadas estavam distribuídas da seguinte forma:
• 33,3 milhões – Empregado com
carteira assinada
• 10,7 milhões – Empregado sem
carteira assinada
• 22,7 milhões – Conta própria
• 11,3 milhões – Empregado no
setor público
• 6,2 milhões – Trabalhador
doméstico
• 4,2 milhões – Empregador
• 2,2 milhões – Trabalhador
familiar auxiliar
A arrecadação direta para a Previdência Social incide sobre os
trabalhadores e trabalhadoras formalmente empregados. Já os trabalhadores
informais não contribuem para o sistema previdenciário, impactando
negativamente as contas públicas.
A alíquota do INSS para o empregado que recebe salário mínimo é de 8%.
Em 2017, com o valor mínimo valendo R$ 937,00, o imposto era de R$ 74,96 por
trabalhador. Para os contribuintes individuais, esse percentual é de 20%. No
mesmo período, antes do novo valor do SM, a contribuição era de R$ 187,40.
Se os 13,2 milhões de pessoas desempregadas em 2017 estivessem
empregadas e recebendo como remuneração o valor exato de um salário mínimo,
teria entrado para o caixa da Seguridade Social em contribuição
previdenciária o montante de R$ 914,5 milhões mensais a mais. Durante o ano,
com 13 contribuições mensais, seria um acréscimo de R$ 11,9 bilhões. Supondo
ainda que houvesse a formalização dos 10,7 milhões de empregados sem
carteira, cujo rendimento médio divulgado pelo IBGE foi de R$ 1.234,00, teria
arrecadado em contribuição previdenciária somente desses trabalhadores R$
1,06 bilhão mensais e R$ 13,7 bilhões anuais.
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FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi, com
informações da Subseção do Dieese na CONTAG.
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O SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS, AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES DE NOVA CRUZ/RN, FUNDADO EM 01/05/1961,TEM COMO OBJETIVO A LUTA NA DEFESA DOS DIREITOS DOS MESMOS POR MAIS TERRA E INCENTIVO A AGRICULTURA FAMILIAR!
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018
PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO Previdência deixa de arrecadar mais de R$ 25 bilhões com desemprego e informalidade
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