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No
próximo domingo, dia 31 de março, completará 55 anos do golpe civil-militar que
resultou na deposição do então presidente da República, João Goulart, e em 21
anos de ditadura, censura, sequestros, perseguições, tortura e assassinatos de
cidadãos e cidadãs brasileiras(os).
Foi
um período de dura repressão aos movimentos populares, partidos políticos,
lideranças sindicais e de base que defendiam as reformas de base, em especial,
a reforma agrária. A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais
Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) sofreu intervenção. O
presidente da CONTAG nesta época, Lyndolpho Silva, e os demais diretores foram
presos imediatamente, o mesmo aconteceu com outras lideranças sindicais rurais
nas Federações e em nossos Sindicatos, e muitas chegaram a ser torturadas
também.
Portanto,
a luta dos trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiares e a de
outras categorias foi construída com muito sacrifício, prisões e até mortes,
principalmente durante o regime militar, que agiu a mando do latifúndio e, com
este, tem as mãos manchadas do sangue do povo brasileiro. Mesmo nos momentos
mais difíceis, a CONTAG, as Federações e Sindicatos nunca recuaram das suas
convicções políticas, permaneceram firmes no ideal de recuperar a democracia, a
justiça e a liberdade cassadas.
Com
a determinação do presidente Jair Bolsonaro ao Ministério da Defesa para que os
quartéis das Forças Armadas comemorem o dia 31 de março, a CONTAG não poderia
deixar de posicionar contra. Essa atitude é inaceitável, é uma apologia à
tortura e um desrespeito à democracia.
A
CONTAG repudia tal comemoração e solidariza-se às famílias de trabalhadores(as)
rurais, de lideranças e dirigentes que ainda não conseguiram saber dos seus
mortos e desaparecidos durante esse período de terror instalado em nosso País.
Esse capítulo nefasto da história brasileira não pode ser comemorado. Deve ser
evitado!
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