domingo, 11 de outubro de 2020

ECONOMIA, PANDEMIA COVID-19 - Preços de alimentos seguem em alta, e inflação sobe enquanto população perde trabalho e renda

 

por Vitor Nuzzi

São Paulo – A inflação oficial no Brasil mantém trajetória de alta, com influência direta dos preços dos alimentos. Nesta sexta-feira (9), o IBGE informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,64% no mês passado. É a maior taxa do ano e o maior resultado para setembro desde 2003. Já o INPC (confira no final) é o maior desde 1995. Agora, o IPCA soma 1,34% em 2020. No acumulado em 12 meses, volta ao patamar dos 3%, atingindo 3,14%. 

Todas as regiões pesquisadas tiveram alta. Em cinco, o índice mensal ficou acima de 1%. A inflação em elevação coincide com um momento em que grande parte da população está sem trabalho ou na dependência do auxílio emergencial. Que o governo cortou pela metade, enquanto oposição e centrais tentam manter o valor integral, de R$ 600. A tendência de aumento dos alimentos já havia sido detectada em outros levantamentos, como o da cesta básica.

Alta já supera 2019

Segundo o IBGE, a maior variação em setembro foi do grupo Alimentação e Bebidas, 2,28%, bem acima de agosto (0,78%). Apenas esse grupo representou impacto de 0,46 ponto percentual no índice do mês. A alta em 2020 já é de 7,30%, acima de todo o ano de 2019 (6,37%).

Óleo de soja (aumento de 27,54%) e arroz (17,98%), juntos, somaram 0,16 ponto no IPCA mensal. Esses dois produtos acumulam alta no ano de 51,30% e 40,69%, respectivamente. 

Outros preços de alimentos importantes também subiram. Casos do tomate (11,72%), do leite longa vida (6,01%) e das carnes (4,53%). Entre as quedas, o IBGE cita cebola (-11,80%), batata inglesa (-6,30%), alho (-4,54%) e frutas (-1,59%).

Comer fora também fica mais caro

Os alimentos para consumo no domicílio tiveram aumento de 2,89% em setembro. Já a alimentação fora, que havia caído 0,11% no mês anterior, agora subiu 0,82%, com alta tanto do lanche (1,12%) como da refeição (0,66%). 

Artigos de Residência foi o grupo com a segunda maior variação: 1%. O item TV, som e informática subiu 1,99%, enquanto mobiliário aumentou 1,10%. Mesmo assim, esse segundo item acumula queda de 8,73% no ano.

Em Transportes (0,70%), o IBGE apurou a quarta alta seguida, embora com menos intensidade. O preço médio da gasolina, que havia subido 3,22% em agosto, aumentou 1,95%. E contribuiu com 0,09 ponto para o resultado geral. O óleo diesel subiu 2,47% e o etanol, 2,21%, enquanto o gás veicular caiu 3,16%. As passagens aéreas tiveram alta de 6,39%.

Gás de botijão: aumento

No grupo Habitação, que teve aumento de 0,37%, destaque para o gás de botijão, que subiu 1,61%. O gás encanado caiu 0,85%, enquanto a taxa de água e esgoto teve alta de 0,56%. A energia elétrica teve variação de 0,07%.

O grupo Vestuário também subiu 0,37%, com aumento de 0,56% em calçados e acessórios e de 0,58% em roupas masculinas. As femininas caíram 0,11%. Joias e bijuterias seguem em elevação, embora menor do que em agosto, de 2,32% para 1,22%. 

Com queda de 0,64%, Saúde e Cuidados Pessoais teve impacto de -0,09 ponto no índice mensal. Isso ocorreu pela redução de 2,31% no plano de saúde (-0,10 ponto), item cujos reajustes foram suspensos até o fim do ano.

Altas em todo o país

Entre as 16 regiões pesquisadas, todas com alta, o menor índice foi apurado na região metropolitana de Salvador (0,23%) e o maior, no município de Campo Grande (1,26%). Outras quatro áreas registraram inflação de 1% ou mais em setembro: São Luís (1%), Goiânia (1,03%), Rio Branco (1,19%) e Fortaleza (1,22%). Na Grande São Paulo, a taxa foi de 0,44%.

Em 12 meses, o IPCA vai de 2,47% (região metropolitana de Curitiba) a 5,78% (Campo Grande). Em São Paulo, 3,12%.

Maior INPC desde 1995

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,87%, maior resultado para setembro desde 1995.  No ano, acumula alta de 2,04%. Em 12 meses, avança para 3,89%. 

Segundo apurou o IBGE, os preços de alimentos subiram em média 2,63%, ante 0,80% em agosto. Já os não alimentícios passaram de 0,23% para 0,35%.

Fonte: Rede Brasil Atual

C/ ctb.org.br

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