sábado, 21 de setembro de 2019

DIA NACIONAL DA JUVENTUDE Usando a tecnologia a favor da comercialização, jovem aumenta em 40% suas vendas por meio de grupo no whatsapp

Neste dia 22 de setembro, em que se celebra o Dia Nacional da Juventude, é importante destacar as histórias que demonstram a força e a garra da juventude rural. Atualmente, vivem no campo brasileiro cerca de nove milhões de jovens entre 15 e 32 anos, de acordo com o Censo Agropecuário de 2017. É uma parte significativa da população brasileira, que têm direito a educação, saúde, cultura, lazer e meios para gerar renda e ter uma vida digna. 

“Para garantir tudo isso, estamos em um momento político em que é preciso resistir contra os retrocessos e lutar por avanços. Estamos no processo de construção e mobilização do 4º Festival Nacional da Juventude Rural, que será realizado nos dias 28 a 30 de abril de 2020 e tem como tema ‘Juventude na luta por democracia, soberania, respeito às diversidades, políticas públicas e sucessão rural’. Juventude rural, a hora é agora!”, afirma a secretária de Jovens da CONTAG, Mônica Bufon.
 
Uma iniciativa em Rondônia deixa claro que os e as jovens rurais têm ideias e muita disposição para trabalhar e inovar. E também que é preciso lutar por políticas públicas que facilitem o crédito para jovens rurais, como o Pronaf Jovem, e também normas que facilitem a regras para a agroindustrialização pela agricultura familiar, além de incentivo para a realização de feiras e o cumprimento das leis que exigem a compra institucional de produtos da agricultura familiar. Vamos lá?

A oferta encontra a demanda

No município de Cerejeiras (RO), um grupo no aplicativo de mensagens Whatsapp é um importante instrumento de venda para dezenas de agricultores(as) familiares. Administrado pela diretoria do Sindicato de Cerejeiras e Pimenteiras do Oeste, o grupo partiu de uma ideia do vice-presidente e secretário de Jovens da Federação de Trabalhadores Rurais de Rondônia (Fetagro), Gil Fagundes, em junho deste ano. 
 
“No começo eram oito produtores e algumas pessoas da cidade. Aí fizemos o link para que as pessoas pudessem ir entrando no grupo e o interesse foi grande. Hoje temos 130 pessoas, entre produtores e consumidores, que fazem negócio ali mesmo no aplicativo. Por exemplo, alguém diz que quer queijo e logo aparece alguém que vende queijo. Ou alguém diz que tem mandioca para vender e logo aparece alguém interessado. Aí as pessoas combinam o dia e o local de se encontrar”, explica Gil Fagundes.

O grupo tem regras: só vale postar mensagens relativas à compra e venda de produtos da agricultura familiar. Temas políticos, religiosos e de outros assuntos são proibidos. Várias pessoas já foram excluídas do grupo por não respeitarem as regras. Por isso, o que se vê são anúncios sobre produção de ovos, galinhas, frangos, porcos, carneiros, legumes e verduras, além de iogurtes, geleias, polpas, frutas e muito mais. 

Trabalho e sucesso

Um dos participantes do grupo é Osmar Pereira de Souza, 30 anos. O rapaz plantava abacaxi na chácara em que mora com a esposa, Rejane, de 27 anos, e o filho de seis anos, mas um acidente de carro há dois anos e meio dificultou o transporte das frutas para a cidade, local das vendas. A solução que Osmar encontrou foi fazer polpas de frutas e vendê-las de porta em porta, carregando tudo na moto que comprou depois do acidente.
 
São polpas de abacaxi, goiaba, cupuaçu, tamarindo, acerola e outras frutas. Osmar trabalha junto com a esposa e, mesmo com muita dificuldade, está dando certo. “As vendas já eram boas e eu continuo vendendo as polpas para lanchonetes, restaurantes e lojas, mas depois que o grupo no whatsapp começou, aumentou cerca de 40%”, conta o jovem. O crescimento na produção trouxe desafios. Osmar explica que precisa de mais dois freezers para armazenar frutas e polpas, além de um espaço maior e mais meios de produzir e transportar a mercadoria.

“Mas são poucos os incentivos do governo para a agricultura familiar. Eu tentei ajuda com a Emater, mas não tive sucesso. E nunca peguei dinheiro emprestado no banco porque os juros são muito altos”, explica Osmar.

É para ajudar jovens como Osmar a ter acesso a políticas públicas que o Movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares trabalha, buscando e propondo aos governos municipais, estaduais e federais soluções para as demandas daqueles que produzem 70% dos alimentos que vão para nossas mesas todos os dias. No 4º Festival Nacional da Juventude Rural, os e as jovens do campo, floresta e águas se reunirão para fortalecer essa luta, mostrando para o Brasil todos os seus quereres e saberes.


FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto

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