Depois de uma forte luta da qual a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) fez parte, conjuntamente com cerca de 200 organizações e parlamentares que fazem a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida , a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta semana, por maioria de 3 votos a 2, manter a proibição do uso do agrotóxico Paraquat no Brasil a partir do próximo dia 22 de setembro.
O Paraquat é um herbicida usado para combater ervas daninhas,
sendo considerado extremamente tóxico, atacando gravemente todos os tecidos do
organismo. A intoxicação pode se dar por inalação ou ingestão. Se consumido
acidentalmente em estado puro, basta uma simples colher de chá para matar o ser
humano.
Por
ser altamente letal, em 2007 o Paraquat foi banido na União Europeia e em 2008
teve sua reavaliação iniciada no Brasil.
Apesar
de sua alta toxidade, inclusive com evidências de desencadeamento de Parkinson,
empresas e parlamentares do Agronegócio tentaram prorrogar o prazo do uso do
herbicida no Brasil, em uma tentativa de reverter a determinação da Anvisa de
que o seu uso só seria permitido no país até 22 de setembro de 2020.
“Enquanto
CONTAG, Federações e Sindicatos, lutamos para garantir ao povo brasileiro uma
alimentação saudável e equilibrada, sem veneno e com nutrientes que preservem a
vida humana, sobretudo, nesse período de pandemia, o Agronegócio tenta, a todo
custo, prorrogar o uso de produtos à base de Paraquat (veneno) no Brasil”,
denuncia a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Rosmarí Malheiros.
A
tentativa das empresas fabricantes e de representantes do Agronegócio de
reverter a decisão do banimento do Paraquat no país é um alerta para que a
CONTAG, Federações e Sindicatos, organizações e toda a sociedade estejam
vigilantes contra os agrotóxicos e em defesa da vida.
"Convocamos
a sociedade a se manter alerta e vigilante quanto ao uso do veneno Paraquat no
Brasil, pois o herbicida traz mortes e doenças incuráveis. Não podemos perder
milhares de vidas e permitir a degradação do Meio Ambiente, em detrimento dos
interesses econômicos. Manteremos nossa pressão e resistência frente ao lobby
da indústria do veneno”, pontua a representante da CONTAG, Rosmarí Malheiros.
Fonte: CONTAG
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