domingo, 9 de fevereiro de 2020

RADIALISTA EDUARDO VASCONCELOS PARTICIPOU ONTEM DO PROGRAMA A VOZ DO TRABALHADOR NAS ONDAS DA RÁDIO CURIMATAÚ-CONFIRAM MATÉRIA!

 Radialista e assessor de comunicação do STRAF de Nova Cruz, EDUARDO VASCONCELOS, participando ontem (8) do Programa "A VOZ DO TRABALHADOR" na Radio Curimataú - Nova Cruz, juntamente com Negão Edmilson Gomes da Silva, presidente do STRAF de Nova Cruz/RN.
Eduardo Vasconcelos e Edmilson Gomes-Estúdios da Rádio Curimataú - Nova Cruz/RN

Eduardo Vasconcelos, radialista, assessor do STRAF de Nova Cruz e atual presidente do Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN participou ontem (8) do Programa A Voz do Trabalhador, juntamente com Edmilson Gomes, popularmente conhecido como "Negão", após sua ausência desde maio do ano passado, após ter ficado doente (nervo ciático).

Eduardo Vasconcelos abordou, juntamente com "NEGÃO" debateu vários temas e dos mais discutidos foi a importância das Eleições Municipais de 2020.

Eduardo e Negão alertaram a população para tomar cuidado com candidatos copa do mundo e que não fizeram nada em prol da população.  Para ambos é preciso que o povo fique muito antenado para não cair em falsas promessas. Propondo que os ouvintes do programa procurem conhecer as propostas e os perfis dos candidatos a vereadores e prefeitos para "não serem enganados ou mesmo iludidos".

Outro tema que eles debateram foi o fortalecimento do SINDICATO! Edmilson (Negão) falou com determinação que o homem do campo/trabalhador rural precisa fortalecer o sindicato para que ele fique cada vez mais forte para continuar defendo seus associados e dependentes.

Eduardo Vasconcelos, lembrou que o sindicato-STRAF, além de defender os seus associados e orientar os mesmos para sua aposentadoria, o sindicato oferece serviços essenciais, como por exemplo: odontológico, jurídico, cursos e ações sociais, tanto para os associados, bem como para os seus dependentes. 

No final ambos conclamaram os ouvintes/associados que se unam ao sindicato para que o mesmo seja sempre forte na defesa do homem do campo.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

| JUVENTUDE Desemprego entre jovens é o maior em 20 anos na América Latina


FOTO: Divulgação
De acordo com o Panorama Trabalhista da América Latina e Caribe, divulgado no final de janeiro deste ano pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a estagnação econômica na América Latina leva a juventude ao maior índice de desemprego dos últimos 20 anos.

Pelo estudo da OIT, a taxa de desocupação juvenil atingiu 19,8% em 2019, três vezes mais que a média da população adulta, ou seja, 1 em cada 5 jovens, de até 24 anos, está fora do mercado de trabalho, sem contar que a maioria só consegue emprego em condições precárias.

“As políticas ultraliberais de retirada de direitos trabalhistas e redução do papel do Estado adotadas no Brasil e no mundo não poderiam ter outro resultado se não este do aumento do desemprego e da informalidade”, afirma Luiza Bezerra, secretária da Juventude Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

E “como em todos os momentos de crise, a juventude está entre as parcelas mais afetadas”, assinala. “Um exemplo claro disso é que temos duas vezes mais jovens desempregados do que nas demais faixas etárias”.

Recentemente, a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) divulgou o Balanço Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe 2019, com análise dos últimos 6 anos, apresentando o pior cenário na economia da região dos últimos 40 anos.

Com previsão de crescimento de 0,1% em 2019 e 1,3% em 2020 e um significativo aumento da pobreza que atingiu 191 milhões de pessoas no ano passado. A situação da juventude brasileira não é diferente como mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No primeiro trimestre de 2019, 41,8% das pessoas entre 18 e 24 anos estavam subutilizadas, ou seja, estavam sem emprego ou desistiram de procurar ou tinham disponibilidade para trabalhar mais horas por semana e assim ganhar mais.

Tratava-se de 7,3 milhões de jovens subutilizados, o maior número já registrado desde que a Pnad começou a ser apurada em 2012 — destes, 4,26 milhões estavam em busca de uma colocação, levando a uma taxa de desemprego de 27,3% nesse grupo populacional.

“A precariedade do trabalho está virando norma no Brasil”, destaca Vânia Marques Pinto, secretária de Políticas Sociais da CTB. “A maioria dos empregos para a juventude consiste em entregadores de aplicativos ou telemarketing”, ressalta.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) mostra crescimento vertiginoso da população que trabalha em veículos, como os motoristas de aplicativo, taxistas e motoristas e trocadores de ônibus, com crescimento de 29,2% em 2018 em relação a 2017.

No mesmo período, o número de entregadores em geral cresceu 9,9%, chegando a 10,1 milhões de trabalhadoras e trabalhadores. “Que futuro podemos esperar sem trabalho em condições dignas para os mais jovens?”, questiona Vânia.

O relatório da OIT sinaliza que os números são um claro “sinal de alerta na medida em que ameaça o presente e o futuro de milhões de jovens que não encontram oportunidades de emprego e cujas aspirações de mobilidade social se veem truncadas”. Isso porque o emprego juvenil se contraiu em 11 países que representam quase 90% da força de trabalho ocupada na região(Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, México, Paraguai, Peru e Uruguai).

Para piorar, 60% da população de 15 a 24 anos, da América Latina, está na informalidade e 22% nem estudam nem trabalham. “São dados preocupantes não apenas para a juventude latino-americana, mas para o conjunto da classe trabalhadora”, analisa Luiza, porque “quando mostramos dados de aumento da precariedade do trabalho entre os jovens estamos falando das condições presentes e futuras do mercado de trabalho”.

Então, “é esta a sociedade que queremos construir para as novas gerações? Com aumento da desigualdade, da miséria, da fome?”, pergunta Luiza. “Ou queremos uma sociedade com emprego decente, com salários dignos, com uma formação profissional que seja capaz de abrir portas para a ascensão social?”.

É esse o debate fundamental que se deve fazer, reforça Luiza. “Governos, como o de Bolsonaro, estão na contramão do desejo do povo de melhorar suas condições de vida”, por isso, “precisamos seguir denunciando o desmonte do Estado e a retirada de direitos que este governo tenta implementar”, finaliza.

FONTE: Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy

EDUCAÇÃO POPULAR E SAÚDE CONTAG apresenta experiência no VI Encontro Nacional de Educação Popular e Saúde em Parnaíba/PI


A Educação Popular e Saúde constitui-se como espaço de produção crítica de saberes e práticas onde os conhecimentos sobre saúde pública são construídos no diálogo teórico e metodológico com outras áreas. Nesta perspectiva, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), através da Escola Nacional de Formação (ENFOC) e da Secretaria de Políticas Sociais, apresenta durante o VI Encontro Nacional de Educação Popular e Saúde (ENEPS) o Espaço Educação Popular e Saúde que foi levado para a Marcha das Margaridas, em agosto de 2019, em Brasília, e reafirma o que já vem sendo feito em várias agendas do movimento sindical, como nos cursos do itinerário formativo da ENFOC.
O objetivo da apresentação foi partilhar com os(as) participantes do encontro os fazeres da educação popular e saúde no contexto do movimento sindical rural, o qual vem produzindo estratégias e efetivando ações para sensibilizar, divulgar e conscientizar sobre as práticas integrativas em saúde, como uma valorização da herança ancestral das práticas e cuidados com a saúde feitas pelos sujeitos do campo, da floresta e das águas.

O VI Encontro Nacional de Educação Popular e Saúde (ENEPS) está sendo realizado em Parnaíba/PI nos dias 6 a 9 de fevereiro de 2020, envolvendo educadores, pesquisadores, trabalhadores da saúde, representantes de movimentos sociais, lideranças comunitárias, estudantes e todos que desejam dialogar sobre Educação Popular e Saúde.

FONTE: Secretaria de Políticas Sociais e Escola Nacional de Formação da CONTAG

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Sape e Emater iniciam distribuição de sementes para agricultores familiares

ASSECOM/SAPE
O Governo do RN, por intermédio da Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária e da Pesca – Sape, com apoio do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater, inicia na próxima terça-feira (04), a distribuição de sementes aos agricultores familiares cadastrados no Programa Bancos de Sementes 2020. Nesta primeira etapa de distribuição, serão abastecidos os bancos das Regionais Mossoró, Pau dos Ferros e Umarizal, totalizando 253,4 toneladas entregues, sendo: 71.080 Kg de feijão das variedades Riso do Ano e Potiguar; 113.180 kg de milho Potiguar e Cruzeta; e 69.220 kg de sorgo SF 15. Um investimento de R$ 3,4 milhões.

Segundo o titular da Sape, secretário Guilherme Saldanha, as sementes chegam num excelente período de chuvas regulares, e devem atender as necessidades do pequeno produtor rural. “O governo da professora Fátima Bezerra tem somado ações para promover a agricultura familiar potiguar, por entender a gigantesca importância desse setor para o desenvolvimento socioeconômico do nosso Estado. As sementes chegam ao agricultor no momento certo, para que ele possa cultivar seu roçado, manter seu rebanho e ainda comercializar excedentes”, reforça Saldanha.

Atualmente o Rio Grande do Norte conta com 1.614 bancos de sementes, distribuídos por 159 municípios do Estado. Juntos eles atendem 52.565 agricultores cadastrados pelo Emater/RN. As sementes de milho, feijão e sorgo são destinadas principalmente ao plantio de subsistência e forragem animal. As variedades distribuídas são adaptadas às condições do semiárido do Rio Grande do Norte, permitindo precocidade e produção com baixo índice pluviométrico, resultado de um longo trabalho de pesquisas realizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN – Emparn.

A reposição dos estoques de cada banco é aferida pelos técnicos da Emater no final de cada safra. A filosofia do Programa requer que os agricultores realimentem os bancos com as sementes produzidas, entretanto, a dificuldade em virtude da seca tem exigido que o governo repusesse plenamente esses estoques. A distribuição das sementes fica sob a responsabilidade da Emater, por meio das suas dez Gerências Regionais espalhadas pelo território potiguar que, em seguida, encaminham diretamente aos Bancos de Sementes dos municípios abrangidos.

Confira os eventos de distribuição da primeira etapa:

Regional Mossoró: Apodi, Areia Branca, Baraúna, Caraúbas, Felipe Guerra, Gov. Dix-Sept Rosado, Grossos, Mossoró, Rodolfo Fernandes, Serra do Mel, Severiano Melo, Tibau e Upanema.
Data: 04 de fevereiro de 2020 (terça-feira)
Hora: 15h
Local: Sindicato dos Trabalhadores Rurais – Mossoró/RN

Regional Pau dos Ferros: Água Nova, Alexandria, Cel. João Pessoa, Dr. Severiano, Encanto, Francisco Dantas, José da Penha, Luiz Gomes, Major Sales, Marcelino Vieira, Paraná, Pau dos Ferros, Pilões, Rafael Fernandes, Riacho de Santana, São Francisco do Oeste, São Miguel, Tenente Ananias e Venha Ver.
Data: 05 de fevereiro de 2020 (quarta-feira)
Hora: 8h
Local: Auditório da Uern – Pau dos Ferros/RN

Regional Umarizal: Almino Afonso, Antônio Martins, Frutuoso Gomes, Itaú, Janduís, João Dias, Lucrécia, Martins, Messias Targino, Olho D’Água dos Borges, Patu, Portalegre, Rafael Godeiro, Riacho da Cruz, Serrinha dos Pintos, Taboleiro Grande, Umarizal e Viçosa.
Data: 05 de fevereiro de 2020 (quarta-feira)
Hora: 14h
Local: Sindicato dos Trabalhadores Rurais – Umarizal/RN

Em ato inédito, Governo distribui sementes crioulas para agricultores familiares


ASSECOM/RN


Casada, mãe de três filhos, Ana Maria da Silva Gomes, 52, é  agricultora, guardiã de sementes, pescadora e cabeleireira da comunidade Assentamento Professor Maurício de Oliveira, na cidade de Assu, região Oeste do Rio Grande do Norte. Ela representa uma das três mil famílias beneficiadas pelo Programa Estadual de Sementes Crioulas - as sementes da tradição - que pela primeira vez estão sendo doadas pelo governo estadual para agricultores familiares.  A primeira etapa de distribuição, realizada através da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Rural (Sedraf), ocorreu nesta sexta-feira (31), no auditório da Ufersa (Universidade Federal Rural do Semiárido), em Mossoró, onde foram entregues sementes de milho, feijão, sorgo, castanha de caju, fava e arroz vermelho.

Os tipos de sementes foram definidos pelos próprios agricultores porque são as mais utilizadas pela maioria dos contemplados, cuja tradição é passada de geração a geração. Para execução do programa estadual, o governo adquiriu 50 toneladas de sementes, produzidas por 41 famílias de agricultores, os quais são chamados de guardiões de sementes.  A solenidade contou com a presença da governadora Fátima Bezerra, que desde o início da sua gestão tem tido um olhar especial para a agricultura familiar, tendo criado uma secretaria que trata exclusivamente deste segmento, atendendo a uma antiga reivindicação da categoria.

"É uma alegria estar aqui para anunciar benefícios que estão contribuindo para fortalecer a agricultura familiar, principalmente neste ano, em que o inverno vai ser bom. Eu lhes garanto que não será por falta de sementes que vocês vão deixar de plantar", afirmou. Um dos objetivos do programa é o fortalecimento da agricultura familiar, por meio da compra direta e distribuição dos grãos aos agricultores, além do resgate da valorização das sementes crioulas, bastante utilizadas por comunidades tradicionais, como remanescentes indígenas e de quilombolas.

"Estamos recebendo uma semente boa, de tradição, que nos garante ter uma boa safra. As outras, que não são produzidas por nós, não são saudáveis, então a gente se envenena, envenena a terra e as pessoas", disse a agricultura Ana Maria, que aprendeu com os pais e os avós a manejar o solo. Ela e sua família até pouco tempo tiravam todo o sustento da agricultura, com roçados de feijão, milho, gergelim, jerimum, batata doce, macaxeira e algodão mocó. Atualmente, a filha cursa engenharia agronômica na Ufersa com o propósito de continuar o legado da família.

O Programa Estadual de Sementes Crioulas é uma ação que garante a reposição de estoques de sementes, mantendo a tradição e a qualidade da produção, além de estimular a produção de alimentos saudáveis, combater a pobreza e promover a segurança alimentar e nutricional. "Sabem o que é isso? É a nossa história sendo recontada por vocês com auxílio do Governo. As sementes plantadas pelas mãos de vocês ganham vida, geram emprego, renda e saúde para nosso povo", continuou Fátima. 
Para dar suporte aos agricultores, a Sedraf realizou em julho um curso de formação voltado para a produção agroecológica de sementes crioulas, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Apodi.

Nesse processo, o agricultor Rildo Souza de Góis, 52, residente em Felipe Guerra, casado, pai de dois filhos (um é médico veterinário e outro aluno de engenharia elétrica na Ufersa), produziu e forneceu 800 quilos de milho para o governo. "Há muitos anos nós sonhávamos com um programa que valorizasse a nossa tradição. Agora, temos uma semente de qualidade, natural, sem ser transgênica, e que vai gerar renda para o pequeno produtor", declarou. Ele é ligado à Rede Xique-Xique, que apoia agricultores familiares. "Eu sempre guardo minhas sementes. Toda vida fui agricultor e trabalho na terra que eu adquiri através do crédito fundiário".

Para o secretário da Sedraf Alexandre Lima, a distribuição de sementes crioulas, que antes de serem entregues passaram por controle de qualidade, comprovando sua pureza e eficácia quanto à germinação, é um verdadeiro marco para a agricultura familiar no Rio Grande do Norte. "O que estamos realizando aqui faz parte do cumprimento do programa de governo, que é sagrado para nós. Esse foi apenas o começo, porque a partir de hoje vamos continuar focados na produção, aquisição e distribuição das sementes de tradição", afirmou. 

PIONEIRISMO - O programa, lançado no dia 30 de setembro, durante a instalação da sede do governo em Mossoró, é fruto de uma parceria da Sedraf com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/Mapa), e com Emater-RN, Uern, Ufersa, ongs, Asa Potiguar, Fetarn, Fetraf, MST, Cooperativa Central da Agricultura Familiar do RN (Cooafarn), Fundação Nacional do Índio (Funai), além de associações e casas comunitárias de sementes crioulas. Paralelo a este programa, a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca (SAPE), executa também com recursos via Mapa o Programa Banco de Sementes, que a partir da próxima semana iniciará a distribuição de outros tipos de grãos, sendo que a maioria é modificada geneticamente.

O superintendente regional da Conab, Boris Minora, participou da solenidade e afirmou que o Ministério da Agricultura destinou R$ 1,5 milhão para aquisição de sementes crioulas, que foram divididos para os estados do Rio Grande do Norte (contemplado com R$ 600 mil), Alagoas e Piauí, únicos que conseguiram concluir os processos para execução do programa. A deputada Isolda Dantas, autora da lei que criou o Programa Estadual de Compras da Agricultura Familiar e da Economia Solidária (Pecafes), destacou a importância da ação, que beneficia milhares de famílias no RN. "A gente quer ver o semiárido rico e forte, livre de alimentos transgênicos", reforçou.

Durante o evento, aconteceram outras quatro ações: lançamento do Portal Pecafes, desenvolvido em parceria com a Uern para dar suporte aos agricultores que vão participar do Programa Estadual de Compras da Agricultura Familiar e Economia Solidária; entrega dos cheques de microcrédito para agricultores (Agência Nacional de Fomento/AGN), cujo montante ultrapassou R$ 300 mil; entrega de escrituras públicas a proprietários que adquiriram suas terras através do Plano Nacional do Crédito Fundiário, assinatura de contrato para liberação de crédito no valor de R$ 543 mil para os agricultores investirem em sua propriedade, beneficiando 62 famílias e assinatura de Termo de Cooperação entre a Sedraf e a UERN,que visa estabelecer parceria na produção de audiovisuais sobre o dia a dia das populações que vivem no semiárido potiguar, muitas delas atuando na agricultura familiar.

Também participaram da solenidade os deputados estaduais Souza e Francisco Medeiros; a prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini; a vereadora e presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Izabel Montenegro e outros vereadores da região; a vice-reitora da Ufersa, Raquel Rosado; os secretários de estado Guilherme Saldanha (SAPE),  Pedro Florêncio (Administração Penitenciária/Seap) e Lucenilson Araújo (adjunto da Sedraf); a diretora-presidente da AGN, Márcia Maia; o diretor-presidente da Emater, César Oliveira; o presidente da Fetarn (Federação dos Trabalhadores Rurais do RN), Manoel Cândido; e representantes de Ongs e associações de agricultores como MST, Asa Potiguar, Rede Xique-Xique, dentre outras.

Fonte: http://www.rn.gov.br

SAÚDE PREVENTIVA - SAÚDE DO HOMEM DO CAMPO

1 ANO DA TRAGÉDIA EM BRUMADINHO Os sonhos dos agricultores familiares da região ainda estão enterrados na lama

FOTO: César Ramos

Perder tudo em um piscar de olhos, ver seus sonhos sendo enterramos em um rio de lama e não ter condições de recomeçar: esse é um breve resumo da situação dos agricultores e agricultoras familiares da região atingida pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho/MG.

Após um ano do crime cometido pela Vale, quem produzia alimentos, comercializava a produção e vivia com qualidade de vida e boa renda, agora depende de um auxílio no valor de um salário mínimo para sobreviver e sem ter condições de recomeçar, de arcar com os compromissos e, tampouco, liquidar financiamento do crédito rural contraído para investir na produção agrícola.

O agricultor familiar Israel Nunes Barbosa, que teve a sua propriedade devastada pela lama tóxica, se encaixa nessa situação. “No dia 25, por volta de 12h30, 13h00, escutamos um barulho muito forte de pau quebrando, poeira levantando, foi aí que a gente percebeu que a lama já estava invadindo a nossa horta e a gente teve que sair correndo, todo mundo saiu gritando e, graças a Deus, a nossa família conseguiu se salvar. Mas, fomos afetados por esse crime da Vale, como todos os agricultores da região, pois dependemos da nossa terra para trabalhar e sobreviver. Não sabemos fazer outra coisa a não ser trabalhar na roça, na terra”.

Por conta da perda de toda a produção agrícola, Israel e a família estão endividados, pois não conseguem liquidar o financiamento do crédito do Pronaf. “Nós contraímos o crédito rural junto ao banco para investir na produção e, hoje, nos encontramos nessa situação: perdemos tudo, não temos condições de estar arcando com os nossos compromissos, bem como as demais famílias que também acessaram o Pronaf, temos contas para pagar e não temos condições para trabalhar. Onde a lama não invadiu, também perdemos tudo, pois não tem água e as bombas para irrigação ficaram debaixo da lama”, relata o agricultor, que completa: “Os nossos sonhos ficaram enterrados nessa lama.”

Israel Nunes Barbosa - agricultor familiar em Brumadinho. Foto: César Ramos

E essa não é a realidade apenas da família do seu Israel. Soraia Campos, agricultora familiar de Brumadinho, que também teve a sua propriedade destruída pela lama, representa um grupo de 23 famílias de agricultores(as) que foram atingidas diretamente. “Hoje, nenhuma das 23 famílias dessa área voltou a produzir e não tem ainda onde produzir”, destaca.

Segundo Soraia, a maioria dos agricultores está negociando um acordo individual com a Vale. “Um acordo que não é bom para nós agricultores, mas é o que vai resolver o nosso problema de imediato, pois estávamos esperando o reassentamento das famílias e a empresa deveria nos reassentar em um lugar bom, igual ao que a gente tinha, com bom acesso, uma infraestrutura formada, com condições para a gente voltar a produzir. Só que é demorado e para nós agricultores, que estamos há mais de um ano parados, não temos como esperar mais. Alguns já finalizaram o acordo e outros não”, explicou.
Antes e depois da propriedade da agricultora familiar Soraia Campos. Fotos: Arquivo Pessoal

Sobre a possibilidade de os agricultores e agricultoras familiares retomarem a produção de alimentos na região, a agricultora disse é praticamente impossível. “Não conseguimos ver a possibilidade de voltar a produzir em Brumadinho. A nossa área está toda afetada, tanto água quanto terra, e o nosso rio também está contaminado. Quem ainda produz, que tem uma lagoa ou um poço artesiano para irrigação, enfrenta uma briga com a sociedade, pois ninguém quer comprar e comer um produto vindo de Brumadinho com medo da contaminação das águas. E é triste falar sobre isso, pois nós fazíamos a diferença na região, principalmente no Mercado Central, em Belo Horizonte, fazíamos entrega, nossas verduras eram lindas, de qualidade.”

E sobre o que pretende fazer, Soraia disse que o cenário é de incerteza. “Eu criei meus filhos com o trabalho na agricultura, a minha família toda é de agricultores. E, hoje, estamos dependendo de um salário da Vale, da água da Vale, do acordo da Vale... a nossa vida se resume a isso. Agricultura aqui não temos mais. Para a minha família e a de outros agricultores atingidos, para vivermos da agricultura, teremos que sair de Brumadinho. Mas não sabemos o que fazer ainda. Essa é a nossa realidade: sem expectativa de vida, muita dívida e só Deus para saber o que vai ser de agora pra frente. A nossa maior força para continuar a luta é que não perdemos ninguém, nenhum agricultor perdeu a vida ou perdeu alguém da sua família. Bem material a gente vai conseguir de volta, não sei quando. Não sei quando vamos conseguir recomeçar, mas não sei como será a vida de quem perdeu seus entes queridos, que deve ser a pior dor do mundo.”
Foto: César Ramos

O coordenador estadual de Juventude da FETAEMG, Bruno Freitas, agricultor familiar em Sarzedo, município vizinho a Brumadinho, disse que a Federação faz o acompanhamento das famílias e confirma todos os problemas vividos pelos agricultores e agricultoras familiares da região. Bruno destaca também a preocupação da Federação, do Sindicato local e da população de Sarzedo com a possibilidade de retomada da mineração pela Vale na região, com grandes chances de transferir para Sarzedo as atividades da empresa. “A população de Sarzedo é contra e teme por mais uma tragédia”, ressalta.

O dirigente mostra-se bastante preocupado com outro dado alarmante divulgado nos últimos dias. Além de causar a morte trágica de 270 pessoas, onde 11 ainda encontram-se desaparecidas, o crime da Vale trouxe sequelas irreversíveis, principalmente emocionais, na vida das pessoas. Dados da Secretaria Municipal da Saúde divulgados em reportagem da Carta Capital mostraram que, no primeiro semestre de 2019, foram registradas 39 tentativas de suicídio na cidade – uma alta de 23% em relação ao mesmo período de 2018. Em relação aos antidepressivos, o uso aumentou aproximadamente 60% de um ano para o outro. Para os ansiolíticos, a porcentagem chega a 80%. Além disso, moradores da cidade apresentam estresse com o constante barulho das máquinas e helicópteros que atuam nas áreas atingidas pela lama. A necessidade de sair dos antigos lares, que foram destruídos ou afetados na estrutura, foi um fator extra na abrupta mudança de vida de quem sobreviveu. “Era uma região para descansar e a rotina mudou drasticamente, com o excesso de tráfego de carros e helicópteros, bem como com a situação de perda de familiares, de amigos, de bens e com as dívidas que ficaram com a tragédia”, lamenta.
Bruno Freitas - coordenador estadual de Juventude da FETAEMG. Foto: Arquivo FETAEMG

Foto: Arquivo FETAEMG

Fonte: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi