A
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o governo de Cuba interromperam
nesta quarta-feira (14) a cooperação técnica que possibilitava o trabalho de
cerca de 8.500 médicos do Programa Mais Médicos no Brasil. Com a decisão,
mais de 29 milhões de brasileiros(as) ficarão desassistidos(as),
principalmente os mais pobres, residentes em áreas rurais, periferias,
aldeias indígenas e nas pequenas cidades.
Um
dos motivos para o término da parceria foi o posicionamento do novo governo,
que assumirá em janeiro de 2019, que prometeu fazer mudanças drásticas nas
regras do programa. Segundo o governo cubano, as condições anunciadas pela
equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro são inaceitáveis e descumprem as
garantias acordadas desde o início do programa e que foram ratificadas em
2016 pelo governo Temer.
Os
médicos cubanos representam mais da metade dos profissionais que atuam pelo
programa. Estavam presentes em 2.885 municípios do País, sendo a maioria nas
áreas mais vulneráveis: Região Norte; semiárido nordestino; cidades com baixo
IDH; saúde indígena; periferias de grandes centros urbanos.
Em
1.575 municípios brasileiros, a população é atendida exclusivamente por
médicos cubanos do Programa. Em aldeias indígenas, 75% dos médicos que atuam
na saúde desses povos são cubanos, um total de 300 médicos que deixarão de
atuar no Brasil nessas áreas.
É
importante lembrar que a contratação de médicos cubanos pelo programa Mais
Médicos foi para resolver problema de oferta de profissionais de Medicina
nessas áreas citadas, principalmente pelo fato de brasileiros(as) não
aceitarem sair dos grandes centros urbanos, mesmo com proposta de receber
bons salários.
Em
cinco anos de programa, nenhum edital de contratação de médicos(as)
brasileiros(as) conseguiu contratar a quantidade necessária de profissionais.
O maior edital contratou apenas três mil brasileiros(as). Ao longo desse
período, 20 mil médicos cubanos trabalharam no Brasil, atendendo a 113
milhões e 359 mil habitantes.
É
incontestável a aprovação do programa Mais Médicos pelos usuários do Sistema
Único de Saúde (SUS), principalmente quanto à melhoria da assistência em
saúde. Mais de 700 municípios tiveram médico pela primeira vez. A população
rural, por exemplo, sempre destacou a facilidade em ter atendimento nas
comunidades rurais e evitar o deslocamento de grandes distâncias para uma
simples consulta médica.
A
CONTAG, que representa cerca de 15 milhões de trabalhadores rurais
agricultores e agricultoras familiares, público amplamente atingido com a
interrupção desta parceria, faz um alerta sobre os possíveis impactos.
Algumas das consequências serão o aumento da demanda por atendimentos nas
redes de média e alta complexidade, o agravamento das desigualdades regionais
com o fato de várias regiões ficarem desassistidas e o descumprimento do
princípio constitucional da universalização do direito à saúde. Cobramos que
o novo governo repense o seu posicionamento e que não penalize os mais pobres
com essa medida.
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FONTE: Direção da CONTAG
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O SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS, AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES DE NOVA CRUZ/RN, FUNDADO EM 01/05/1961,TEM COMO OBJETIVO A LUTA NA DEFESA DOS DIREITOS DOS MESMOS POR MAIS TERRA E INCENTIVO A AGRICULTURA FAMILIAR!
sábado, 17 de novembro de 2018
CONTAG lamenta interrupção da cooperação entre OPAS e Cuba e a saída de médicos cubanos do País
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