Entrega de marmitas vila Monte União, em Almirante Tamandaré (PR). Foto: Ednubia Ghisi
Desde o início da pandemia do novo Coronavírus em 2021, por meio das campanhas de solidariedade, o MST doou mais de 6 mil toneladas de alimentos e 1.150.000 marmitas para pessoas e famílias inteiras em situação de fome e insegurança alimentar em todas as grandes regiões do país.
O balanço foi feito após a conclusão da campanha Natal Sem Fome promovida pelo movimento de dezembro até o início de janeiro, onde cerca de 250 mil pessoas foram beneficiadas com doações de alimentos, marmitas solidárias e ceias especiais natalinas em 24 estados do Brasil.
Com isso, somente durante a campanha Natal Sem Fome foram mais de mil toneladas de alimentos doados. No total, foram distribuídas cestas, em sua maioria compostas por produtos de assentamentos e acampamentos do MST, e que beneficiaram cerca de 50 mil famílias. Além de mais de 30 mil marmitas e ceias especiais natalinas que contribuíram no combate à fome em aldeias indígenas e comunidades periféricas, urbanas e rurais.
Tudo isso só foi possível ser alcançado por meio da organização popular desenvolvida ao longo dos 37 anos de existência do MST, a partir da produção de alimentos das agricultoras e agricultores desde os seus quintais produtivos, hortas e roçados solidários. Mas também a partir da diversidade de produtos beneficiados pelas associações e cooperativas da Reforma Agrária Popular, como também de pontos de apoio da Rede de Armazéns do Campo e Cozinhas Solidárias.
Além de alimentos e produtos da Reforma Agrária, o MST também distribuiu cerca de 17 mil livros nas comunidades dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. As publicações foram arrecadações doadas pela editora Expressão Popular, que contém edições próprias, como também livros publicados por editoras associadas, como a Editora 34, Editora Elefante, Nuestra America. Ao todo foram 70 títulos diversos fomentando uma Rede de Bibliotecas Populares.
MST doou alimentos em todo país durante a Jornada Nacional de Lutas de abril realizada de 10 a 21. Foto MST no PE/Ana Olívia Godoy
Acesso à terra no combate à fome e miséria no Brasil
Contudo, as ações solidárias contaram com o fomento do público doador, com uma rede de amigas e amigos, organizações parceiras e milhares de voluntárias e voluntários que se engajaram na causa de acordo com as emergências do povo. Sensibilizadas(os) com o fato de que 5 em cada 10 lares brasileiros não tem comida garantida na mesa, apesar de vivermos em um país considerado uma das maiores potências agrícolas do mundo.
“Em um país onde a política agrícola é dominada pelo agronegócio, que bate recordes de exportação e de lucro, enquanto cerca de 20 milhões de pessoas vão dormir e acordam com fome, e mais de metade da população sofre com algum grau de insegurança alimentar, é a demonstração de que essa política econômica é inviável!” – afirma Jailma Lopes, da direção nacional do Coletivo de Juventude do MST.
Dessa forma, mesmo com o desmonte da Reforma Agrária perante o governo federal, as famílias do MST seguem na luta pelo acesso à terra, pelo desenvolvimento do campo e a diminuição da miséria no país. Onde as campanhas de solidariedade oferecem um alento emergencial à classe trabalhadora em meio à situação de crise, acentuada pelo desgoverno e pandemia. E, que em sua prática afirmam que o aumento da fome e das desigualdades sociais só poderão ser combatidas com políticas públicas, a exemplo da Reforma Agrária Popular.
“Só é possível combater a pobreza e a fome no Brasil e transformar a vida do nosso povo com Reforma Agrária Popular, construindo condições de produção e acesso à alimentos diversificados e saudáveis, e com outras relações de produção, com a conservação dos nossos bens comuns da natureza”, argumenta Jailma, reafirmando que a Reforma Agrária é um benefício tanto para as(os) trabalhadoras(es) do campo quanto da cidade, tal qual para o meio ambiente em que vivemos.
Famílias beneficiadas no interior de São Paulo, Cidade Tiradentes. Foto MST-SP
Fonte: https://vermelho.org.br
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