domingo, 16 de janeiro de 2022

MST ultrapassa 6 mil toneladas de alimentos doados durante a pandemia

 Entrega de marmitas vila Monte União, em Almirante Tamandaré (PR). Foto: Ednubia Ghisi

Desde o início da pandemia do novo Coronavírus em 2021, por meio das campanhas de solidariedade, o MST doou mais de 6 mil toneladas de alimentos e 1.150.000 marmitas para pessoas e famílias inteiras em situação de fome e insegurança alimentar em todas as grandes regiões do país.

O balanço foi feito após a conclusão da campanha Natal Sem Fome promovida pelo movimento de dezembro até o início de janeiro, onde cerca de 250 mil pessoas foram beneficiadas com doações de alimentos, marmitas solidárias e ceias especiais natalinas em 24 estados do Brasil.

Com isso, somente durante a campanha Natal Sem Fome foram mais de mil toneladas de alimentos doados. No total, foram distribuídas cestas, em sua maioria compostas por produtos de assentamentos e acampamentos do MST, e que beneficiaram cerca de 50 mil famílias. Além de mais de 30 mil marmitas e ceias especiais natalinas que contribuíram no combate à fome em aldeias indígenas e comunidades periféricas, urbanas e rurais.

Tudo isso só foi possível ser alcançado por meio da organização popular desenvolvida ao longo dos 37 anos de existência do MST, a partir da produção de alimentos das agricultoras e agricultores desde os seus quintais produtivos, hortas e roçados solidários. Mas também a partir da diversidade de produtos beneficiados pelas associações e cooperativas da Reforma Agrária Popular, como também de pontos de apoio da Rede de Armazéns do Campo e Cozinhas Solidárias.

Além de alimentos e produtos da Reforma Agrária, o MST também distribuiu cerca de 17 mil livros nas comunidades dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. As publicações foram arrecadações doadas pela editora Expressão Popular, que contém edições próprias, como também livros publicados por editoras associadas, como a Editora 34, Editora Elefante, Nuestra America. Ao todo foram 70 títulos diversos fomentando uma Rede de Bibliotecas Populares.

MST doou alimentos em todo país durante a Jornada Nacional de Lutas de abril realizada de 10 a 21. Foto MST no PE/Ana Olívia Godoy

Acesso à terra no combate à fome e miséria no Brasil

Contudo, as ações solidárias contaram com o fomento do público doador, com uma rede de amigas e amigos, organizações parceiras e milhares de voluntárias e voluntários que se engajaram na causa de acordo com as emergências do povo. Sensibilizadas(os) com o fato de que 5 em cada 10 lares brasileiros não tem comida garantida na mesa, apesar de vivermos em um país considerado uma das maiores potências agrícolas do mundo.

“Em um país onde a política agrícola é dominada pelo agronegócio, que bate recordes de exportação e de lucro, enquanto cerca de 20 milhões de pessoas vão dormir e acordam com fome, e mais de metade da população sofre com algum grau de insegurança alimentar, é a demonstração de que essa política econômica é inviável!” – afirma Jailma Lopes, da direção nacional do Coletivo de Juventude do MST.

Dessa forma, mesmo com o desmonte da Reforma Agrária perante o governo federal, as famílias do MST seguem na luta pelo acesso à terra, pelo desenvolvimento do campo e a diminuição da miséria no país. Onde as campanhas de solidariedade oferecem um alento emergencial à classe trabalhadora em meio à situação de crise, acentuada pelo desgoverno e pandemia. E, que em sua prática afirmam que o aumento da fome e das desigualdades sociais só poderão ser combatidas com políticas públicas, a exemplo da Reforma Agrária Popular.

“Só é possível combater a pobreza e a fome no Brasil e transformar a vida do nosso povo com Reforma Agrária Popular, construindo condições de produção e acesso à alimentos diversificados e saudáveis, e com outras relações de produção, com a conservação dos nossos bens comuns da natureza”, argumenta Jailma, reafirmando que a Reforma Agrária é um benefício tanto para as(os) trabalhadoras(es) do campo quanto da cidade, tal qual para o meio ambiente em que vivemos.


Famílias beneficiadas no interior de São Paulo, Cidade Tiradentes. Foto MST-SP

Fonte: https://vermelho.org.br

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

MULHERES RURAIS - Prêmio Mulheres Rurais – Espanha Reconhece amplia prazo para inscrições até 31 de janeiro

Foram prorrogadas as inscrições para o Prêmio Mulheres Rurais – Espanha reconhece. A nova data de encerramento para preenchimento da ficha de inscrição do concurso é 31 de janeiro de 2022, e deve ser feita pelo site https://www.premiomulheresrurais.com.br

O Prêmio Mulheres Rurais – Espanha reconhece é voltado parainiciativas protagonizadas por grupos e coletivos de mulheres rurais que, por meio de suas atividades, contribuem para a segurança alimentar, redução da pobreza e diminuição dos impactos da pandemia em suas famílias, organizações ou comunidades. As informações completas sobre as regras de participação e os critérios da premiação estão no Edital do concurso, disponível no mesmo site da inscrição.

A organização do Prêmio selecionará dez experiências finalistas, que receberãocursos de capacitação para as mulheres envolvidas nos casos e certificados de reconhecimento internacional. Entre essas dez classificadas, as três primeirasreceberão também assistência técnica para os empreendimentos, equipamentos, eprêmios em dinheiro -R$ 20 mil para o primeiro lugar, R$ 10 mil para o segundo e R$ 5 mil para o terceiro.

Prêmio Mulheres Rurais – Espanha reconhece é uma iniciativa da Embaixada da Espanha no Brasil, desenvolvida em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a ONU Mulheres. O concurso conta também com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) e de outras entidades.

Fonte: CONTAG

MOVIMENTO SEM TERRA - QUEM SOMOS

O Movimento Sem Terra está organizado em 24 estados nas cinco regiões do país. No total, são cerca de 450 mil famílias que conquistaram a terra por meio da luta e organização dos trabalhadores rurais.


Mesmo depois de assentadas, estas famílias permanecem organizadas no MST, pois a conquista da terra é apenas o primeiro passo para a realização da Reforma Agrária.


Os latifúndios desapropriados para assentamentos normalmente possuem poucas benfeitorias e infraestrutura, como saneamento, energia elétrica, acesso à cultura e lazer. Por isso, as famílias assentadas seguem organizadas e realizam novas lutas para conquistarem estes direitos básicos.


Os latifúndios desapropriados para assentamentos normalmente possuem poucas benfeitorias e infraestrutura, como saneamento, energia elétrica, acesso à cultura, educação e lazer. Por isso, as famílias assentadas seguem organizadas e realizam novas lutas para conquistarem um conjunto de direitos básicos.


Com esta dimensão nacional, as famílias assentadas e acampadas organizam-se numa estrutura participativa e democrática para tomar as decisões no MST. Nos assentamentos e acampamentos, as famílias organizam-se em núcleos que discutem as necessidades de cada área. Nesses núcleos, são escolhidos os coordenadores e as coordenadoras do assentamento ou do acampamento. A mesma estrutura se repete em nível regional, estadual e nacional. Um aspecto importante é que as instâncias de decisão são orientadas para garantir a participação das mulheres, sempre com dois coordenadores/as, um homem e uma mulher. E nas assembleias de acampamentos e assentamentos, todos têm direito ao voto: adultos, jovens, homens e mulheres.


Da mesma forma, isso acontece nas instâncias nacionais. O maior espaço de decisões do MST são os Congressos Nacionais que ocorrem, em média, a cada cinco anos. Além dos Congressos, a cada dois anos o MST realiza seu encontro nacional, onde são avaliadas e atualizadas as definições deliberadas no Congresso.

Para encaminhar as tarefas específicas, as famílias também se organizam por setores, que são organizados desde o âmbito local até nacionalmente, de acordo com a necessidade e a demanda de cada assentamento, acampamento ou estado. 

Fonte: MST

VIOLÊNCIA NO CAMPO - Não podemos aceitar assassinatos de trabalhadores(as) rurais como algo normal!

 

Até quando será normal receber a notícia de que mais um(a) trabalhador(as) rural, mais uma família rural é assassinada no Brasil? Desta vez o crime aconteceu na área rural de São Félix do Xingu (PA), onde três pessoas da mesma família foram assassinadas, pai, mãe e filha, identificados como Zé do Lago, Márcia e Joene.

A família rural que teria sido morta por pistoleiros era conhecida na região pela atuação em defesa do meio ambiente, em especial, pela soltura de quelônios - variadas espécies de tartarugas da Amazônia.Até quando será normal receber a notícia de que mais um(a) trabalhador(as) rural, mais uma família rural é assassinada no Brasil? Desta vez o crime aconteceu na área rural de São Félix do Xingu (PA), onde três pessoas da mesma família foram assassinadas, pai, mãe e filha, identificados como Zé do Lago, Márcia e Joene.

Em todo o Brasil, conflitos por terra e ambientais dispararam em 2021. E pelo que parece, 2022 não será diferente.

Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) sobre “Violência contra a Ocupação e a Posse da Terra” apontam que no ano passado foram registrados 26 assassinatos relacionados a conflitos no campo no país, ou seja, 30% a mais em relação a 2020. Desses crimes, 20 foram na Amazônia Legal.

A pesquisa levantada pela CPT mostra que em 2021, 418 territórios sofreram “Violência Contra Ocupação e a Posse da Terra”. Sendo 28% territórios indígenas; 23% quilombolas; 14% são territórios de posseiros; 13% territórios de sem-terras, entre outros. A “destruição de casa” aumentou 94%, “destruição de pertences” 104%, “expulsão” 153%, “grilagem” 113%, “pistolagem” 118% e “impedimento de acesso às áreas de uso coletivo” aumentou 1.057%.

“Todos esses crimes bárbaros que infelizmente acontecem na Amazônia Legal e em todo o país, nascem da omissão do poder público, sobretudo, do atual governo federal, que em detrimento de interesses do agronegócio, de madeireiras, de mineradoras, e em subserviência ao capital nacional e internacional, penaliza e dizima as comunidades rurais tradicionais que são as guardiães do nosso Meio Ambiente”, destaca Alair Luiz dos Santos, secretário de Política Agrária da CONTAG.

Alair lembra que como forma de coibir mais assassinatos e conflitos no campo, o Sistema Confederativo (Sindicatos, Federações e CONTAG) aprovou em dezembro de 2021, uma resolução que trata de Políticas sobre a Reforma Agrária no Brasil e Ação Sindical na Luta Pela Reforma Agrária, Acesso à Terra e Regularização Fundiária.

“Através da resolução que trata de Políticas sobre a Reforma Agrária no Brasil, cumpriremos um importante papel na luta pela terra e preservação das vidas dos povos do campo, da floresta e das águas”, disse.

Nortista, da Amazônia e paraense, o secretário de Organização e Formação Sindical da CONTAG, Carlos Augusto Silva (Guto), espera que seja elucidado o mais breve o assassinato da família ambientalista de São Félix do Xingu (PA).

“Enquanto CONTAG e Federação do Pará (Fetagri-PA), denunciamos e estamos acompanhando a apuração sobre o assassinato da família rural de São Felix do Xingu, na certeza que serão localizados e responderão pelo crime, os devidos autores. O Estado Brasileiro tem o papel de garantir integridade e proteção dos seu cidadãos e cidadãs. Não podemos aceitar assassinatos de trabalhadores(as) rurais como algo normal”, frisa o representante da Confederação.

Na resistência para que as famílias rurais permaneçam vivas nos seus territórios, a CONTAG, Federações e Sindicatos Filiados realizam ações e articulações junto ao Legislativo e Judiciário e participam de Campanhas Nacionais e Internacionais com várias organizações para denunciar esses crimes contra trabalhadores e trabalhadoras rurais. Uma dessas ações é a Campanha A vida por um fio - De Autoproteção das Comunidades e Lideranças Ameaçadas, sobretudo, na Amazônia Legal.

“Estamos na luta para fortalecer mecanismos de defesa e autoproteção de comunidades e pessoas ameaçadas e/ou criminalizadas por estarem afirmando o direito à vida e aos territórios”, Carlos Augusto Silva (Guto).

FONTE: Comunicação CONTAG - Barack Fernandes