Em
26 de fevereiro de 2020, o Brasil registrou o primeiro caso de infectado pela
Covid-19. Sete meses depois (agosto/2020), a doença alcançou a marca dos 100
mil mortes.
Atingida
esta marca, o intervalo de tempo a cada 100 mil mortes foi sendo reduzido. Em
janeiro de 2021, seis meses depois, o país superou a marca dos 200 mil mortes
e, em março de 2021, três meses depois, foram registrados 300 mil óbitos. A
partir deste período, tivemos a cada 2 meses seguidos, 100 mil óbitos:
abril/2021 atingimos o número de 400 mil, e hoje, 19 de junho de 2021, o País
ultrapassa a trágica marca de 500 mil mortes e 17.822.659 casos de
infectados(as).
O
quadro e gráfico a seguir demonstram a forma como a doença foi avançando no
Brasil.
Após
longa batalha por vacina, em 17 de janeiro de 2020 foi vacinada a primeira
pessoa no Brasil, hoje, o País conta com três vacinas sendo aplicadas, a
Coronavac, a AstraZeneca e a Pfizer.
Segundo
dados atualizados do G1, em 20 de junho de 2020, o país vacinou 61.859.364
pessoas com a primeira dose, 29,21% da população, e 24.171.806 pessoas com a
segunda dose, o que corresponde a 11,41% da população. Especialistas apontam
que será necessário vacinar pelo menos 70% da população com as duas doses
para que se alcance a imunidade coletiva, portanto, o Brasil ainda está
distante de alcançar esta marca.
Passados
quatro meses do início da vacinação, um estudo realizado pela Universidade
Federal de Pelotas (UFPel), divulgado na 5ª feira (17), aponta que, em 4
meses de aplicação das vacinas, já foi evitada a morte de mais de 40.000
pessoas acima de 70 anos de idade. O percentual de mortes por Covid-19 de
idosos(as) acima dos 80 anos caiu de 28% em janeiro para 12% em maio de 2021.
Portanto, confirmam-se as projeções da ciência e da Organização Mundial da
Saúde (OMS) de que a única forma de combater a doença é por meio da vacinação
em massa da população.
No
Brasil, mesmo com o número de pessoas vacinadas, o avanço da doença é
preocupante. Segundo estudo da Fiocruz, boletim observatório Covid-19,
período de 30 de maio a 12 de junho, com a formação de um platô elevado de
transmissão da Covid-19, mais a possibilidade de agravamento com a entrada do
inverno, indicam crescimento nas contaminações em quatro unidades da
Federação e um total de 20 estados com taxa de incidência superior a 10 casos
por 100 mil habitantes, considerada extremamente alta, sendo que, em três
destes, a média móvel excedeu 20 casos por 100 mil habitantes.
O
estudo aponta ainda para a ocupação dos leitos de UTI para Covid-19: 18
estados e o Distrito Federal têm taxas de ocupação de pelo menos 80%, sendo
que 8 destes com taxas de ocupação iguais ou superiores a 90%. Para as
capitais, temos 16 com taxas de ocupação de pelo menos 80%, sendo que destas,
9 estão com taxas iguais ou superiores a 90%.
Mais
uma informação preocupante foi reforçada pelo biólogo Átila Iamarino, em
entrevista à Globo News, que afirmou que o Brasil deve ultrapassar os Estados
Unidos no número total de mortos pela Covid-19 e liderar esse trágico ranking
caso seja mantido o atual ritmo de contaminações e óbitos no País.
Na
contramão das recomendações da ciência, o governo brasileiro ignorou a
importância das vacinas contra a Covid-19. Em depoimento na CPI em 27 de maio
de 2020, o diretor do Instituto Butantan afirmou que, até meados de maio,
cerca de 150 milhões de doses de vacinas da Coronavac poderiam ter sido
disponibilizadas para a população, mas o atual governo mandou cancelar
contrato de 100 milhões de doses desta vacina. A CPI também revelou a
resistência do governo pela compra da Pfizer no segundo semestre de 2020.
Mesmo
com a pressão pelas investigações e denúncias da CPI, o presidente da
República continua negando as vacinas. Em sua live semanal, nesta
quinta-feira (17), de forma equivocada voltou a afirmar que quem contraiu o
novo coronavírus já está imunizado. Com esta afirmação, mais uma vez, ele
nega a importância e a eficácia das vacinas e, consequentemente continua com
o seu negacionismo frente à ciência.
Diante
desse contexto, a CONTAG vem a público repudiar a atuação do governo federal
no enfrentamento à pandemia onde sistematicamente tem violado os direitos
básicos de toda a população brasileira à vida e à saúde.
Ao
mesmo tempo, a Confederação presta a sua homenagem às pessoas vitimadas pela
Covid-19, se solidariza com as mais de 500 mil famílias e amigos(as) em luto
– entre elas de trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiares –
e com a luta das(os) profissionais de saúde para preservar o direito
fundamental à vida, mesmo estando em risco a sua. A vocês todo o nosso
agradecimento em nome dos povos do campo, da floresta e das águas.
Diretoria
da CONTAG
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